Cruelty free: você sabe o que significa esse termo?
O termo cruelty free, na tradução livre, é o mesmo que “livre de crueldade”. Mas você sabe exatamente o que isso quer dizer? O termo deveria se aplicar a produtos que não são testados em animais. No entanto, isso nem sempre acontece. Entenda.
O que significa cruelty free?
No mercado, existem muitos produtos que, antes de serem produzidos em grande escala para comercialização, são testados em animais como cachorros, gatos, ratos, coelhos, sapos e macacos, por exemplo. Imagine que, antes daquele hidratante comum chegar à prateleira do mercado ou da farmácia, bichos foram submetidos a métodos laboratoriais que testam a sua eficácia. Muitas vezes, esses procedimentos são dolorosos e causam sofrimento. Pensando nisso, organizações em todo o mundo atuam em defesa do fim desse tipo de avaliação, dando visibilidade ao termo cruelty free.
Com o avanço da tecnologia e do acesso à informação, produtos cruelty free são cada vez mais procurados e consumidos no mundo. No Brasil, uma resolução normativa do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) determinou um prazo de cinco anos para que os laboratórios adotassem métodos alternativos aos testes em animais. Esse prazo terminou em setembro de 2019 e, portanto, por aqui está cada vez mais difícil utilizar cobaias para a fabricação de diversos itens. Indústrias de cosméticos, brinquedos, medicamentos a material escolar, por exemplo, estão precisando se reinventar.
As empresas que realmente não realizam testes em animais, normalmente, fabricam produtos um pouco mais caros. Isso porque elas precisam investir em pesquisa e tecnologia. Atualmente, existem opções de testes in vitro, em que a pele e o tecido ocular, por exemplo, são reproduzidos em laboratório. Porém, é mais barato testar nos bichos (porque a tecnologia já está pronta há muitos anos) que investir em estudos e equipamentos e isso causa um pouco de resistência na indústria.
Os selos cruelty free são verdadeiros?
Algumas organizações como o Projeto Esperança Animal (PEA), a Cruelty-Free International e a People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) criaram mecanismos para certificar empresas que produzem cosméticos sem fazer testes em animais. No entanto, como ainda não há um selo cruelty free oficial, é possível que nem todos os ingredientes utilizados em um determinado produto sejam realmente fabricados sem exploração animal. Além disso, empresas podem criar seus próprios selos e coloca-los nas embalagens e isso torna as coisas complicadas para o consumidor que se preocupa com isso. Falta rigor, fiscalização e, principalmente, uma definição legal do que significa cruelty free para as indústrias.
Como saber se um produto é testado em animais?
A melhor maneira de descobrir se um produto é cruelty free é pesquisando muito. Ainda que ele leve um selo que ateste isso, vale entrar em contato com a empresa por telefone ou, pelo menos, fazer uma pesquisa no site. Em muitos casos, na seção de Perguntas Frequentes ou FAQ essa informação está disponível.
Vale ressaltar que cosméticos comercializados na China são, por lei, testados em animais. Por isso, descobrir se a marca está presente naquele país é, também, uma forma de saber se ela fabrica produtos realmente cruelty free. Existe, ainda, uma terceira opção: fazer uma busca na internet em sites de organizações que disponibilizam gratuitamente listas atualizadas de itens cruelty free, como a PEA e a PETA, por exemplo.
Por que escolher produtos cruelty free?
Além de colaborar para que os bichos não sejam submetidos ao sofrimento, optar por esse tipo de item incentiva as empresas a investirem cada vez mais em tecnologia. Se cada vez menos consumidores concordarem com a exploração animal na fabricação de produtos, cada vez mais a indústria terá que desenvolver novas formas de garantir que o que é produzido ali é seguro para o uso humano. Ao escolher produtos cruelty free, você demonstra preocupação com o meio ambiente, valorizando empresas que não maltratam animais em prol do consumo.