O que é terapia cognitivo-comportamental e como ela pode te ajudar?
Cada vez mais pessoas buscam na psicoterapia uma ajuda para lidar com diferentes problemas de ordem mental e emocional. Entre as diferentes abordagens da psicologia, existe uma que vem ganhando destaque: a terapia cognitivo-comportamental. A TCC, como também é conhecida, é uma terapia direta, clara e bem específica que tem como objetivo identificar padrões comportamentais, emocionais e de pensamentos que causam desconforto e, então, ressignificar essas percepções de forma positiva. Por meio do autoconhecimento, essa terapia pode, portanto, auxiliar em diferentes questões que influenciam diretamente em nosso cotidiano. Por isso, conversamos com um especialista para saber o que é terapia cognitivo-comportamental e como ela pode te ajudar.
O que é terapia cognitivo-comportamental?
A terapia cognitivo-comportamental foi desenvolvida nos anos 60 por um neurologista e psiquiatra norte-americano chamado Aaron Beck. O foco principal da TCC é identificar a forma com que processamos e interpretamos as mais diversas situações e como isso causa sofrimento no dia a dia. Segundo o psicólogo Marlon Ribeiro, especialista na abordagem, “A TCC coloca o paciente em uma posição de protagonista. O profissional se debruça sobre os pensamentos, emoções e comportamentos com o objetivo de reduzir as reações emocionais excessivas e os comportamentos disfuncionais através da modificação dos pensamentos e das crenças mal adaptativas que fundamentam estas reações”.
Sendo assim, a terapia cognitivo-comportamental busca, resumidamente, melhorar a qualidade dos nossos pensamentos e crenças. “Eles são a fonte dos desajustes no funcionamento cognitivo, emocional e comportamental. A TCC é um método de reflexão que leva o paciente a criar novas (e mais ajustadas) interpretações sobre sua realidade, percebendo e aprendendo a manejar os próprios gatilhos de forma adequada e adaptativa”, afirma Marlon. O psicólogo ressalta ainda que “A maneira como cada indivíduo interpreta os eventos é única e uma mesma situação pode ser desconfortável para um e não ser para outro. A terapia cognitivo-comportamental aglutina um conjunto de técnicas para intervenção. Então, já se pode esperar que o paciente aprenda técnicas de manejo tanto de seus pensamentos quanto de suas emoções e comportamentos”.
Para que serve?
Em primeiro lugar, você precisa ter em mente que a psicoterapia, independentemente da abordagem, não é destinada apenas àquelas pessoas que têm transtornos mentais. “Ainda existe um estigma muito enraizado de que terapia e psicólogo é pra gente doida. O fato é que terapia é pra todas as pessoas que têm problemas e se interessam por resolvê-los. A psicologia é uma força aliada nas lutas da vida”, afirma o psicólogo. Sendo assim, mesmo que você não tenha exatamente um transtorno emocional ou mental, a terapia pode ser útil para que você consiga lidar melhor com as mais diversas questões familiares, profissionais e pessoais. O psicólogo é a pessoa que vai te ouvir sem julgar e orientar no sentido de ter mais qualidade de vida baseada em seus próprios pensamentos e atitudes, de forma que eles não sejam mais disfuncionais.
No entanto, existem algumas situações que podem nos direcionar para a terapia. O profissional cita alguns exemplos: “Separação, dificuldades sociais, escolares, rendimento laboral irregular e casos em que há a possibilidade da existência de um transtorno psicológico de fato. Além disso, humor deprimido por um tempo prolongado, ideações suicidas, ataques de pânico, comportamentos compulsivos, medos irracionais, traumas, variações polarizadas de humor, crises de raiva, abuso de drogas e até alguns problemas físicos, que podem ter origem emocional, necessitam de uma avaliação psicológica”. A terapia cognitivo-comportamental pode, ainda, ajudar em casos de estresse, cansaço mental, lutos e traumas, transtornos alimentares e outros. No entanto, para que o tratamento seja efetivo, ele precisa ser feito por um profissional.