Responsabilidade afetiva: saiba o que é e como ter

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Você já ouviu falar em responsabilidade afetiva? Esse termo, que vem sendo muito abordado nas redes sociais, pode ser definido como o cuidado que devemos ter em relação aos sentimentos despertados no outro. Em outras palavras, ser afetivamente responsável tem a ver com empatia e respeito. E isso não serve apenas para relacionamentos amorosos, amizades e relações familiares também entram na conta.

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O que significa ter responsabilidade afetiva?

Imagine que você encontra uma amiga que não via há muito tempo. Ela engordou, está com problemas pessoais e de saúde. Durante a conversa, você diz que ela era mais bonita quando estava magra. Considerando que, provavelmente, ela não se sente bem diante de tantos problemas, consegue pensar como a sua fala pode atingir diretamente a autoestima dela?

É disso que trata a responsabilidade afetiva: precisamos ter cuidado com o que falamos ou fazemos. Não é uma questão de “pisar em ovos” em um relacionamento, mas sim de não fazer com o outro o que não gostaríamos que fizessem conosco. No livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, há uma frase bastante conhecida: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Embora essa citação possa parecer um tanto clichê, ela fala sobre a responsabilidade que precisamos ter ao nos relacionarmos com o outro.

“O que dizemos ou fazemos pode, muitas vezes, criar expectativa no outro. Ser afetivamente responsável é levar isso em conta. Dizer que ama uma pessoa, sem verdadeiramente amá-la, não é justo e muito menos responsável”, analisa o psicoterapeuta Thiago Ribeiro. A falta de responsabilidade afetiva está diretamente ligada ao egoísmo. Por isso, antes de falar ou fazer, é importante analisar o que aquilo pode causar no outro, seja a curto, médio ou longo prazo.

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O que fazer para ser afetivamente responsável?

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A primeira coisa a se fazer é perguntar: eu gostaria de ser tratado da maneira que estou tratando o outro? Para o psicoterapeuta, “Isso é empatia e respeito. Todos têm sentimentos e, ao exageramos na sinceridade, por exemplo, podemos causar feridas que afetam a saúde mental do outro. Ser transparente é importante, mas isso precisa ser feito na medida certa”.

Mas, então, qual seria essa medida? “Ninguém é obrigado a amar o outro, mas é preciso ficar claro que tipo de sentimentos nós temos. Se eu não quero namorar, tudo bem. Mas eu preciso ter coragem de dizer isso ao outro. É melhor correr o risco de magoar agindo assim do que se envolver e depois se retirar como se nada tivesse acontecido”, continua Thiago. Seja no relacionamento amoroso, com amigos ou familiares, permitir que se criem expectativas que não podem ser correspondidas é falta de responsabilidade afetiva.

Para finalizar, uma dica do psicoterapeuta: “Antes de emitir uma opinião sincera, seja sobre o peso, a roupa ou as atitudes do outro, é válido perguntar como ele se sente em relação àquilo. Também vale a máxima: dê a sua opinião apenas se ela for solicitada. A pessoa que engordou sabe disso, você não precisa dizer”. Se você precisa dizer algo a alguém, diga, mas tenha responsabilidade afetiva. “Há coisas que precisam ser faladas, mas palavras duras não são a melhor maneira de fazer isso”, finaliza Thiago.

 

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