Autocompaixão: seja gentil consigo mesmo e tenha mais saúde mental

Você tem o hábito de tratar a si mesmo com o mesmo carinho, cuidado e compreensão que trata as pessoas que ama? Saiba que isso é, na prática, chamado de autocompaixão – o ato de ser gentil consigo mesmo, evitar muitas autocríticas e se perdoar pelos erros cometidos. Praticar a autocompaixão é importante para nossa saúde mental, já que se cobrar demais pode trazer problemas como a ansiedade, o estresse e a depressão, por exemplo. Sem falar na autoestima, que fica abalada quando não atingimos o que determinamos, causando uma imensa frustração.

O que é autocompaixão?

Foto: Pixabay

Ao longo da vida, aprendemos que devemos exigir muito de nós mesmos e ser acima da média. A autoestima é constantemente abordada em consultórios de psicologia. Mas, segundo a doutora Kristin Neff, professora de Psicologia Educacional na Universidade do Texas e pioneira no desenvolvimento de estudos sobre autocompaixão, isso pode ter um preço alto. “Logo que nossos sentimentos de superioridade escorregam – como inevitavelmente acontece – nosso senso de dignidade cai vertiginosamente. O resultado final é, muitas vezes, insegurança, ansiedade e depressão”, disse em texto publicado no Huffington Post.

Segundo a doutora, autocompaixão é o ato de sermos gentis conosco em vez de sermos excessivamente autocríticos. Isso porque é justamente a autoexigência elevada que prejudica nossa saúde mental, já que nem sempre fazemos coisas acima da média. Quando não temos autocompaixão, não sabemos lidar com isso e, portanto, tendemos a nos sentir frustrados e decepcionados. Neff complementa: “Ao invés de perseguir eternamente a autoestima como se fosse o pote de ouro no fim do arco-íris, portanto, eu diria que se deve encorajar o desenvolvimento de autocompaixão”.

Por que e como desenvolvê-la?

Foto: Matthias Cooper

Imagine que uma colega de trabalho comete um erro por falta de atenção e é demitida por isso. O que você diria a ela? E se acontecesse com você? Geralmente, tendemos a ser mais duros conosco que com os outros. E é por isso que ter autocompaixão é importante para a nossa saúde mental. A doutora afirma que “Podemos aprender a nos sentir bem, não porque somos especiais e acima da média, mas porque somos seres humanos intrinsecamente dignos de respeito”.

Ao contrário da autocrítica, a autocompaixão é o que nos motiva a tentar de novo quando algo dá errado. A ideia é entendermos que não é porque falhamos que somos menos importantes ou piores que os outros. “Dessa forma, se estivermos no topo do mundo ou no fundo do poço, podemos nos envolver com um sentido uma bondade, conectividade e equilíbrio emocional”, afirma Neff. Para desenvolver a autocompaixão, a dica da psicóloga Natalia Borges é: “Aceite que você é uma pessoa sujeita a cometer erros e que isso funciona da mesma maneira para todos. Se não estiver passando por um momento bom, não se culpe nem se sabote. Isso faz parte da vida”.

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Exercício prático de autocompaixão

Foto: Pixabay

Natalia ensina um exercício prático para desenvolver a autocompaixão: escreva uma carta falando sobre seus erros, defeitos, medos e como se sente quando não consegue atingir o nível que projetou para si mesmo. Tente ser gentil consigo mesmo. Depois, coloque a carta no correio endereçada a você. Quando receber, leia como se fosse de outra pessoa. Evite julgamentos e perceba seus sentimentos. Natalia completa dizendo que “O autoconhecimento muda a forma com que olhamos para nós mesmos e esse é o primeiro passo para começar a praticar a autocompaixão. Não devemos nos cobrar tanto a ponto de nos sentirmos mal. É importante se dedicar ao que está fazendo, mas está tudo bem se as coisas não saírem como o esperado”.

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